>Este artigo analisa a possibilidade de integrar o conhecimento produzido em contextos de investigacao academica e as necessidades mencionadas pelos profissionais de campo em programas de intervencao psicossocial. Serao apresentados os resultados de dois estudos realizados com mulheres com elevada vulnerabilidade psicossocial. O primeiro estudo e um programa de estrategias de enfrentamento com 117 participantes femininas da Colombia num contexto de violencia armada historica. O objetivo da intervencao foi promover formas de melhor adaptacao a situacao de violencia e traumas sofridos, desenvolvendo e aprendendo a utilizar estrategias de enfrentamento mais adaptativas. O desenho longitudinal (pre e pos-teste) mostrou melhorias em: a) utilizacao de estrategias de enfrentamento mais adaptativas para lidar com a violencia; b) fortalecimento de grupos sociais e processos comunitarios. O segundo estudo, baseado nas necessidades expostas por diferentes ONG e intervenientes na Venezuela, consistiu num estudo transversal que analisou de que forma as estrategias de enfrentamento e a esperanca tiveram um impacto na saude mental e no bem-estar de 95 participantes do sexo feminino num contexto de crise politica, economica e de violencia. Os resultados mostram que: a) as estrategias de enfrentamento adaptativas e a esperanca ajudam significativamente a explicar a saude mental e o bem-estar; b) as evidencias empiricas podem ser utilizadas para reforcar os programas de formacao psicossocial e profissional. Ambos os estudos validam a ideia de que e necessario utilizar o conhecimento academico em contextos profissionais e que a investigacao cientifica deve ser fundamentada nas necessidades identificadas pelo pessoal profissional no terreno e pelos participantes.