A presente pesquisa teve como objetivo discutir umaestrategia de popularizacao do teatro e da danca em Belo Horizonte, descobrir quale o papel e a representatividade da Campanha de Popularizacao do Teatro e da Danca (CPTD) no cenario politico cultural e artistico mineiro sob o ponto de vista de seus organizadores. O estudo se desenvolveu com um recorte historiografico do tempopresente, delimitado pela temporalidade de 1998 2012. As fontes foram coletadas no acervo e no site do Sindicato de Produtores de Artes Cenicas de Minas Gerais (Sinparc-MG): sao os Relatorios Gerais das edicoes da CPTD, produzidos pela propria instituicao, que contemplam recortes de jornais e documentos que contem referencia aos numeros levantados em cada edicao. Partindo de um eixo que considera a producao, a distribuicao e o consumo da arte, o primeiro capitulo desta dissertacao trata da centralidade das acoes da CPTD na distribuicao, enfatizando o estabelecimento de relacoes com a populacao entre as suas estrategias de propaganda. Tudo e organizado com a intencao de integracao em torno deum significado comum, que so foi possivel pela mediacao exercida pela cultura demassa, que encobre diferencas e unifica os gostos. Porem, essa uniformizacao nao sedeu pela pura acao da hegemonia. A cultura de massa so se tornou mediadora do processo de conciliacao entre as classes uma vez que ela foi constituida a partir do popular. No segundo capitulo e feito um esforco no sentido de entender o que e arte para a CPTD, chegando a uma discussao sobre as funcoes atribuidas a arte na sociedade de massa. O que pode ser demonstrado a partir das fontes apresentadas sao as tensoes e conflitos que envolvem a diversidade da programacao, no que diz respeito ao estabelecimento de criterios de qualidade artistica. Entre a arte puramente comercial e a arte que eleva o artista a condicao de detentor unico do saber consolidada pela estetica das belas artes, a cultura de massa promove uma terceira possibilidade: a arte como a traducao dialetica de sua producao, distribuicao e consumo. Analisando por esse lado, alem de organizar a arte em termos comerciais, a industria cultural tambem impoe aos artistas a vontade do publico. E ai que o popular encontra espaco na massa: orientado por um sentido/sensorio que traduz um modo de sentir em massa e que encontrou na fotografia, no cinema e na CPTD a expressao dessa nova sensibilidade.