O estudo apresentado nessa tese e o resultado de uma pesquisa que teve como objetivo geral a tarefa de realizar a construcao de um Perfil Conceituai de Morte e a identificacao da interferencia da abordagem pedagogica desenvolvida pelos professores para a tematica Ciclo de Vida, no Ensino de Ciencias, no Ensino Fundamental, para a construcao, reconstrucao e tomada de consciencias das zonas deste Perfil. O Perfil Conceituai comporta a nocao de que um conceito pode ter uma diversidade de significados usados de acordo com um contexto e que, por conseguinte, para garantir o sucesso do processo de ensinar e aprender, ao planejar uma determinada abordagem pedagogica, o professor devera considerar esta diversidade. Num primeiro momento, tendo como hipotese de trabalho que o conceito de Morte comporta um perfil, os esforcos despendidos trataram de dar conta, simultaneamente, da construcao do questionario de coleta de dados e de um referencial teorico sobre o conceito em questao. Na sequencia, foram realizadas as analises dos dados empiricos que garantiram a identificacao das zonas do Perfil e a localizacao destas em termos teoricos. Para a obtencao dos dados empiricos aplicamos um questionario aos academicos dos varios periodos dos Cursos de Ciencias Biologicas, Ciencias Sociais, Medicina e Pedagogia e aos alunos da 7a serie, do Ensino Fundamental. Com esses alunos tambem foi realizada uma abordagem pedagogica do Ciclo de Vida. Assim sendo, foi possivel identificar para o conceito de Morte, na teoria e na empina, tres zonas, quais sejam: zona naturalista, zona religiosa e zona relacionai. A zona naturalista exprime uma concepcao de Morte como fenomeno organicista, ou seja, algo natural, resultado de uma condicao que e ou esta inerente ao organismo vivo. A zona religiosa, por sua vez, encerra uma compreensao de Morte como algo que resulta da 'vontade divina' e representa uma passagem para a vida eterna. Por fim, a zona relacional e evidenciada por concepcoes que negam, ocultam a Morte, ou seja, atribuem a ela uma condicao de fatalidade, algo que nao deveria existir. Ao admitirmos a existencia de uma diversidade de zonas para um unico conceito, no caso a Morte, faz-se necessario tambem que admitamos a necessidade de escolarizacao do conceito, bem como a diversidade e a heterogeneidade de abordagens que deverao passar a compor os processos de ensinar e de aprender, sem, no entanto, superficializar ou relativizar a funcao pedagogica das instituicoes educacionais e/ou o processo de aquisicao do conhecimento. Nesse sentido, defendemos que o desenvolvimento de abordagens pedagogicas que contemplem a Condicao Humana, o Encontro com o Outro e o Respeito a Diversidade, se tornam excelentes possibilidades para a promocao e significacao do conceito de Morte, no Ensino de Ciencias.