As precárias condições de trabalho para os profissionais da enfermagem, evidenciadas na perda de estabilidade laboral, de benefícios sociais e pagamento de horas noturnas e dias feriados, no incremento das horas de trabalho, e no pouco tempo de dedicação ao cuidado direto, entre outras, são uma expressão dos efeitos do modelo neoliberal e impactam negativamente o cuidado e qualidade de vida pessoal e familiar dos profissionais, porque restringem a materialização de necessidades para o desenvolvimento humano. Objetivo: descrever e interpretar as condições pessoais, familiares e de trabalho que configuram a qualidade de vida dos profissionais da enfermagem e que incidem na aplicação do cuidado. Tipo de estudo: descritivo de corte transversal. A amostra foi coletada entre os assistentes ao XVI Congresso Nacional de Enfermagem realizado em julho de 2005 em Medellín. Resultados: entrevistaram-se 218 participantes no congresso. Setenta e três por cento informa que a qualidade do cuidado tem piorado; quarenta e nove por cento se refere ao esgotamento o cansaço psíquico; oitenta e cinco por cento consideram que com seu salário só satisfazem as necessidades básicas de subsistência; vinte e dois por cento se refere à diversão, o lazer atingiu 14% e o afeto é apenas 5%. Conclusões: a qualidade de vida desses profissionais é uma demonstração da relação entre carências e potencialidades, evidenciando um desbalanço para o empobrecimento no tocante à materialização de suas necessidades humanas. Isso tem a ver com a falta de elementos positivos de satisfação a respeito do ter, estar e fazer, a perspectiva de pessoa-objeto não ultrapassa a perspectiva de pessoa-sujeito de desenvolvimento.