Resumo Os agonistas do receptor de GLP1 (GLP1-RAs) são medicamentos que imitam os efeitos do hormônio incretínico GLP1. Eles foram inicialmente introduzidos na medicina para o tratamento do diabetes em 2005 e para a obesidade em 2014. Com o passar do tempo, dados provenientes de objetivos secundários e exploratórios de amplos ensaios clínicos randomizados sugeriram que os GLP1-RAs também poderiam exercer ação renal ao retardar a progressão da doença renal em pacientes com e sem diabetes. Com base nesse raciocínio, o estudo Flow (semaglutida 1 mg vs. placebo) foi desenhado e o recrutamento começou em 2019, estendendo-se até maio de 2021. Os resultados publicados recentemente confirmaram o efeito da semaglutida na redução do desfecho renal composto. No entanto, assim como os inibidores do SGLT2, os mecanismos potenciais por trás dos efeitos renais dos GLP1-RAs ainda precisam ser elucidados. O objetivo desta revisão é abordar os diferentes mecanismos fisiológicos dos GLP1-RAs em nível renal, utilizando evidências de estudos experimentais e da literatura científica atual.