O Brasil destaca-se como um dos países com participação efetiva nos assuntos antárticos. Atualmente, mantém políticas públicas bem definidas, junto a intensa atividade diplomática e científica voltada para o “Continente Gelado”, posto que os primeiros estudos sobre a Antártica no Brasil tenham sido realizados na Escola Superior de Guerra (ESG), na década de 1950. Embora esses estudos e as dinâmicas da política internacional tenham demonstrado a importância da Antártica para o Brasil, a adesão ao Tratado da Antártica somente aconteceu em 1975. Nesse contexto, a conformação de um Pensamento Antártico Brasileiro desencadeou uma dinâmica político-administrativa interna ímpar. Contudo, em que circunstâncias as atividades refletidas, inicialmente, no âmbito da Escola, tornaram-se uma política de Estado? Por ocasião dos 75 anos de criação da ESG, convém avaliar as raízes do Pensamento Antártico Brasileiro, considerando a Escola como um pilar nesse processo. A evolução desse Pensamento Antártico Brasileiro foi analisada a partir do tripé de Delmas-Marty, baseando-se em atores, fatores e processos. Como resultado, constatamos que a ESG teve um papel central no início da construção do pensamento brasileiro, o qual hoje estende-se para o Ártico e tem maior participação de outros atores, notadamente da comunidade científica.