Polioencefalomalácia (PEM) é o diagnóstico morfológico para necrose com amolecimento (malácia) da substância cinzenta (pólio) do encéfalo. O termo PEM foi inicialmente empregado no Colorado (EUA) em 1956 para designar uma doença específica de ruminantes, e não somente uma lesão, presumivelmente causada por deficiência de tiamina e caracterizada por necrose do córtex telencefálico. Inúmeras causas já foram descritas como causadoras de PEM em ruminantes. O objetivo deste trabalho foi relatar um surto de polioencefalomalácia em bovinos de corte ocorrido no ano de 2019 no município de Xavantina, estado de Santa Catarina, Brasil. Os dados epidemiológicos e clínicos foram obtidos durante uma série de visitas à propriedade do surto, em Xavantina. Foram realizadas necropsias de quatro bovinos adultos. Fragmentos de órgãos foram colhidos, fixados em formol 10%, processados rotineiramente para histopatologia e corados com Hematoxilina e Eosina (HE). De um rebanho de 50 animais criados a campo em sistema de piquetiamento, em um período de uma semana, oito animais morreram e 16 apresentaram sinais clínicos. O diagnóstico definitivo de PEM foi estabelecido através da associação dos sinais clínicos e lesões microscópicas, assim como pela melhora clínica dos bovinos após a administração de tiamina. No LPV do Instituto Federal Catarinense (IFC) a incidência de PEM, de janeiro de 2013 a dezembro de 2022, é de 1,2%; ou seja, dos 2.162 bovinos diagnosticados no período, 17 fora necropsiados por PEM. Conclui-se que a PEM é um importante diferencial a ser considerado em casos de sinais clínicos nervosos em bovinos no estado de Santa Catarina, visto que é factível o tratamento de bovinos com administração de tiamina.
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Neurological diseases and metabolism
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FuenteBoletim de Diagnóstico do Laboratório de Patologia Veterinária - IFC - Campus Concórdia