As operações de manutenção da paz são implementadas com o objetivo de ajudar países assolados por conflitos a criarem condições para uma paz duradoura. Dada a relevância dessas missões para o Brasil e para as relações internacionais contemporâneas, este artigo analisa como a Atividade de Inteligência e, mais especificamente, o uso de fontes humanas (Humint) podem auxiliar no efetivo cumprimento do mandato da ONU em missões de paz. Para isso, explorou-se, além das oportunidades de ação, os conflitos éticos e políticos a serem considerados, de modo que a adoção dessas práticas não afete negativamente a legitimidade das missões. Em face de uma visão de que a segurança internacional representa um pré-requisito essencial para as seguranças nacionais, o fortalecimento das estruturas de Inteligência da ONU ganha relevância. Apesar dos avanços tecnológicos, as fontes humanas continuam sendo um ativo crítico no fornecimento de informações. No âmbito das operações de paz, a ONU pode engajar-se na coleta extensiva de informações por meio de fontes humanas para prevenir e administrar conflitos, desde que mantenha rígidos princípios éticos e atue nos limites do direito internacional.