As neoplasias em bovinos determinam perdas econômicas importantes, porém publicações com levantamentos sobre a sua ocorrência são escassas. Os estudos retrospectivos são de extrema importância para conhecer os aspectos clínicos e patológicos de enfermidades, auxiliando no diagnóstico, tratamento e prevenção. O objetivo deste estudo foi relatar os casos de neoplasias diagnosticadas em bovinos em Santa Catarina pelo Laboratório de Patologia Veterinária do Instituto Federal Catarinense – Campus Concórdia (LPV-IFC). Foi realizado um estudo retrospectivo dos casos de neoplasias em bovinos diagnosticadas pelo LPV-IFC, no período compreendido entre janeiro de 2013 a março de 2020. No período analisado, foram realizadas 1.087 necropsias em bovinos pela equipe do LPV–IFC e foram recebidas 309 amostras provenientes de bovinos para realização do exame histopatológico. Desse total, 140 casos foram diagnosticados como neoplasias, representando 10% da casuística de bovinos. Excluindo-se deste quantitativo as neoplasias de origem tóxica e viral, esse número diminuiu para 55, representando 3,9%. A neoplasia mais frequente foi o carcinoma de células escamosas com 24 casos, representando 1,7% da casuística total de bovinos e 43,6% das neoplasias deste estudo. A segunda neoplasia mais observada foi o fibrossarcoma, com quatro casos (7,3%); seguido do mesotelioma e leiomiossarcoma, cada um com três diagnósticos (5,5%). Conclui-se que a casuística descrita neste trabalho assemelha-se a outros estudos realizados por laboratórios de diagnóstico, quando comparando o valor total da casuistica em bovinos (10%). Entretanto, o valor aqui descrito de 3,9% de neoplasias sem causa conhecida, é superior aos 1,75% descritos no Rio Grande do Sul por outro laboratório de diagnótico. Também, salienta-se que é importante difundir o conhecimento da ocorrência das diversas neoplasias, evitando prejuízos no abatedouro e futuramente na propriedade rural, quando diagnostica-se erroneamente uma neoplasia/carcinoma como tuberculose.