A partir da análise da arquitetura e da organização do espaço escolar, este artigo busca problematizar a disciplina e a religiosidade como estratégias de controle sobre os discentes que integram instituições públicas de Educação Básica e de Educação Superior. Para tanto, através da fotografia de cinco instituições de educação formal, pesquisa os espaços escolares e constrói, junto a autores que estudam a escola, a religiosidade, o poder disciplinar e o discurso compreensões sobre a produção da docilidade do corpo dos escolares. Por meio das imagens, mostra espaços planejados para exercer limites, regras de condutas, hierarquia e vigilância excessiva. Nas instituições pesquisadas circulam discursos verbais e não-verbais que auxiliam na manutenção da ordem das coisas e atuam na produção do poder disciplinar. O corpo útil e obediente que o poder disciplinar fabrica é muito semelhante ao indivíduo eficiente e resiliente que a globalização econômica incentiva atualmente. As conclusões indicam que a instituição escolar apresenta dificuldades de se afastar da especificidade religiosa que a criou, atualmente voltando a explicitar interesses religiosos defendidos na agenda educacional.