Partindo do princípio de que toda política precisa conhecer o chão que se pisa, o artigo descreve o modo como as políticas de transferência de renda do Governo Federal, em especial o Programa Bolsa Família, são vivenciadas, percebidas e interpretadas pelos índios Apurinã que habitam um Complexo de Terras Indígenas na região do Médio rio Purus, Amazônia Central. O texto foca na trajetória de vida e nos deslocamentos de três famílias em diferentes regiões do Complexo buscando traçar ao longo dessas linhas as redes terrestres em que essas políticas estão emaranhadas, desdobrando o leque de controvérsias nos quais os atores estão metidos.