O artigo busca verificar, a partir de reportagens de TV sobre a política, como o universo do poder executivo é tratado por três diferentes emissoras brasileiras. Procura identificar a maneira como o telejornalismo brasileiro se comporta nesse tipo de cobertura e que pistas ele deixa emergir sobre sua autopercepção ao informar. A metodologia é Análise da Materialidade Audiovisual, desenvolvida pelo Núcleo de Jornalismo e Audiovisual/UFJF e que compreende o audiovisual sem a fragmentação (áudio + vídeo + edição). Ela entende a produção de sentido e sua relação com os públicos a partir da experimentação do audiovisual integral. Aplicamos a ficha de análise proposta pelo método nas reportagens que criam narrativas sobre a posse de Jair Bolsonaro nos principais telejornais das três emissoras (JN, RB e JR), cruzamos as informações extraídas para perceber, para além das diferentes linhas editoriais, a ontologia pro-fissional comum as emissoras. O resultado aponta para adaptações do “modo de fazer” telejornalístico e ainda para pistas da relação ruidosa entre o governo e os veículos de comunicação no período.