Durante a tarefa de caminhar em terrenos regulares e irregulares, os idosos apresentam modificações na marcha em comparação aos jovens.Pequenas alterações biomecânicas durante essa tarefa modificam a estabilidade corporal, sendo que os ajustes posturais necessários para manter essa estabilidade estão ligados à disponibilidade de informação visual.Assim, o objetivo do presente estudo foi investigar o efeito da restrição da informação visual exproprioceptiva dos membros inferiores por meio do uso de uma máscara facial sobre o controle da estabilidade dinâmica durante a locomoção ao pisar em uma superfície desnivelada (i.e., um buraco) em indivíduos idosos.Participaram do estudo 15 idosos saudáveis com idade entre 65 e 80 anos.Foram posicionados marcadores retrorrefletivos passivos na pele dos participantes, além do posicionamento de duas plataformas de força sendo uma na região onde o pé de suporte pisou antes do buraco e outra embaixo do buraco.Os participantes andaram ao longo de uma passarela de madeira em duas condições diferentes: sem buraco e com buraco.As condições da superfície de suporte foram realizadas com e sem informação visual exproprioceptiva, que foram manipuladas com o uso de óculos de basquete e uma máscara facial para prevenir a visão de parte do campo visual inferior.O software Nexus (Vicon) foi usado para calcular os ângulos da cabeça e tronco e coordenadas do centro de massa na direção anteroposterior (AP).Foi calculada também a margem de estabilidade na direção AP e a velocidade média de caminhar.A força de reação do solo foi utilizada para calcular os impulsos de frenagem e propulsão nas direções AP e vertical.Além disso, foi feita a análise de eletromiografia de superfície (EMG) dos músculos gastrocnêmio medial, sóleo e tibial anterior da perna dominante.Para as análises estatísticas foram utilizadas análises de variância, com nível de significância de p≤0,05.Os resultados identificaram que a manipulação visual exproprioceptiva não influenciou a estabilidade dinâmica dos idosos ao pisar em um buraco e não influenciou os outros parâmetros analisados (velocidade do caminhar, impulso e atividade EMG).Os idosos realizam a estratégia de flexão de cabeça para compensar a obstrução visual inferior e assim obterem informações sobre o buraco dois passos antes para que pudessem realizar ajustes locomotores antecipatórios de forma adequada.Dessa forma, concluímos que os idosos foram capazes de realizar estratégias motoras seguras para minimizar a obstrução visual do uso da máscara e caminharem com segurança em uma superfície desnivelada.