Este artigo tem por objetivo efetuar uma análise estatística aprofundada dos dados utilizados em Clemente et al. (2018), com o objetivo de avaliar as relações entre as variáveis representativas da percepção de docentes dos programas de pós-graduação stricto sensu quanto aos aspectos éticos envolvidos no seu relacionamento com os periódicos científicos de Contabilidade do Brasil. Os resultados indicam uma evidente assimetria de informação entre os agentes envolvidos no processo de submissão, avaliação e publicação de artigos científicos de Contabilidade, em que se destaca o papel do editor, que pode exercer ampla discricionariedade sem ferir as normas legais e os ditames morais. Os testes de Chi-quadrado e a análise de correspondência múltipla realizada segundo variáveis relacionadas ao aceite e à rejeição evidenciam certos padrões indicativos de falta de comunicação e de transparência em todo o processo a partir da submissão, envolvendo avaliação e decisão final. As deficiências organizacionais dos periódicos constituiriam a explicação imediata para a opacidade dos periódicos, mas é preciso considerar que a discricionariedade dos editores resulta significativamente ampliada pela mencionada opacidade, afastando a garantia de que os melhores trabalhos estejam sendo publicados.