O artigo apresenta perspectivas que questionam o estado da arte do debate sobre o decolonial e o modo como ele deve impactar aos estudos do jornalismo. Ele sustenta que o debate sobre o decolonial frequentemente se debruça sobre assimetrias de poder e prestígio – que afetam questões raciais, de gênero, identidade sexual, dentre outros aspectos – que seriam resultantes de um processo de colonização eurocêntrica do passado e, dessa forma, omite processos de colonização que têm lugar no presente e que são conduzidos principalmente a partir dos Estados Unidos. Sustenta-se que a lógica colonial que atua no presente está firmemente ancorada nas instituições responsáveis pela produção e circulação do conhecimento, em escala nacional e global. Uma dessas instituições é o sistema acadêmico global, que privilegia olhares produzidos a partir dos Estados Unidos e outros países do Ocidente em detrimento dos demais. O artigo sustenta que o jornalismo é outra instituição importante da estrutura de colonização que atua no presente. Nesse sentido, é importante entender as maneiras pelas quais ele se constitui tanto como objeto quanto sujeito de um processo de colonização. Finalmente, sugere-se que um olhar decolonial pode ajudar a trazer nova luz sobre o processo de modernização do jornalismo brasileiro.