Este artigo reúne elementos de um trabalho de pesquisa sobre o conhecimento ancestral identificado na comunidade Páez de Valle del Cauca e problematiza a ausência de diálogo com o conhecimento científico que é ensinado na escola. Para o desenvolvimento deste estudo é assumida uma metodologia qualitativa com abordagem descritiva, projetando instrumentos de coleta de informações, como a entrevista semiestruturada. Além disso, a comparação de duas visões sobre a origem da vida, da comunidade Nasa Paez e da ciência. Os resultados da investigação destacam aspectos significativos da visão de mundo sobre a natureza e o território ao redor de moorland, lagoas e plantas da região e contrastam com as visões que são ensinadas nas aulas de ciências. Identificou-se uma ruptura entre comunidade, conhecimento ancestral e ensino de ciências naturais, de forma que o conhecimento ancestral é apresentado como folclórico deixando-o de lado nos processos educativos. Conclui-se sobre a necessidade de novas abordagens que estabeleçam um diálogo entre saberes e que permitam a comunicação entre o conhecimento ancestral e o conhecimento científico.