Neste texto são concebidas rotas analíticas desde os códigos foucaultianos sobre a ontologia crítica de nós mesmos, a qual tem como intuito inquirir sobre a forma na qual estamos sendo produzidos e nos significamos no meio deste presente que hoje nos permeia. Assim, estendem-se categorias de análise que podem ser usadas na pesquisa ontológica como eventualização e problematização, para continuar com a reflexão sobre as práticas de si antigas e a possibilidade de uma virada às práticas de si contemporâneas como rota adequada para analisar a produção de subjetividades na atualidade. Logo disso, propõe-se uma matriz analítica que volta e amplia a categoria de prática de si, proposta por Foucault trabalhando sobre as quatro dimensões que a constituem: substância ética, ligação à prática, tipo de prática e teologia do sujeito moral, além da dimensão que acrescenta Sáenz, agente da substancia ética. Estas, expandem-se desde os eixos genealógico, estético, relacional, pragmático e de mathesis ontológica. Em suma, estas categorias e dimensões são apresentadas em meio de uma reflexão que permite uma análise para problematizar as formas de governo da vida nos tempos que transcorrem, para ali, inteligir as relações de poder que operam no capitalismo neoliberal globalizado, como governo de uns homens sobre outros para acrescentar o controle sobre os sujeitos ou una prática de liberdade ético-política que atinge resistir ao poder desde o governo de si próprio.