Em tempos de globalização neoliberal, a língua inglesa tem assumido espaço hegemônico como língua da comunicação, da ciência, dos negócios, da mídia e da educação. Esse espaço, naturalizado em decorrência de questões de poder, política e colonialidade, tende a apagar questões como quem pode falar inglês, que variedade é validada e a quem ele pertence, por exemplo. Diante dessa problemática, resgatamos nossas pesquisas de doutoramento, ambas estudos qualitativos realizados no espaço da universidade sobre a formação inicial de professoras e da escola pública sobre a formação continuada de professoras, com o intento de investigar como a concepção de língua e, portanto, de língua inglesa, moldou e ressignificou as práticas das participantes das pesquisas nos contextos mencionados. Para tanto, o estudo baseou-se em perspectivas críticas e decoloniais, sobretudo nas reflexões produzidas pelo grupo Latino-americano Modernidade/Colonialidade. As reflexões feitas apontaram para tensões existentes entre as concepções de língua enquanto código ou enquanto prática social nos imaginários e práticas das participantes em ambos os contextos de formação docente. Por fim, o espaço ambivalente e situado da sala de aula de inglês é considerado produtivo para a desconstrução e expansão de conhecimentos, bem como para a reconfiguração da função da educação e dos papéis assumidos por professoras e estudantes em sua formação.