A Leishmaniose Visceral Canina é uma doença severa com ampla distribuição mundial e alta de morbidade e mortalidade. Além do seu caráter zoonótico, a sintomatologia clínica é variável e até mesmo inexistente, requerendo ao Médico Veterinário uma interpretação cuidadosa das alterações físicas e anatomopatológicas. Nesse sentido, o trabalho objetivou a descrição de achados de exame físico e de necropsia em uma cadela sem raça definida, de seis anos de idade, oriunda do abrigo do Centro de Controle de Zoonoses da cidade de Varginha/MG, soropositiva para Leishmaniose Visceral. Ao exame físico, foi verificada palidez de mucosas, caquexia, opacidade parcial de córnea e presença conjuntivite. Entre as alterações dermatológicas: necrose de extremidade das orelhas, eczema furfuráceo difuso, lesões crostosas e ulcerativas ao redor do focinho, cauda e metacarpo, além de alopecia periocular, pelagem opaca e descamativa, hiperqueratose de coxins e onicogrifose Macroscopicamente foram observados, durante a necropsia, alterações hepatoesplênicas, renais, pulmonares, gástricas e em linfonodos. Os resultados revelaram achados físicos e de necropsia condizentes com o diagnóstico sorológico positivo para Leishmaniose Visceral Canina. Dessa forma, torna-se importante medidas de controle e prevenção voltadas para animais errantes e residentes em abrigos de animais, uma vez que os cães são importantes na epidemiologia da Leishmaniose Humana. Cabe ao médico veterinário a identificação dos animais positivos e a execução do conceito de saúde única.