Este relato de experiência tem como objetivo discutir o contexto e as vivências desenvolvidas no campo da Saúde Mental e Atenção Psicossocial, no município de Mariana (MG), desde o desastre da Samarco/Vale/BHP Billiton, em 2015. Para isso, foram acionadas as memórias do saber construído com trabalhadoras da saúde mental e pesquisadoras no território atingido, em interlocução com atingidos e trabalhadores de saúde. Após os primeiros cuidados psicossociais, foi possível constituir um Plano de Ação envolvendo toda a Rede de Atenção Psicossocial de Mariana que previa, em seu escopo, a criação de uma equipe voltada para as necessidades psicossociais da população atingida. Foram discutidos os desafios dessa construção no Sistema Único de Saúde de forma síntone às especificidades das demandas dessa população vulnerabilizada e o prolongamento do desastre, compreendido como processo em curso no cotidiano de pessoas atingidas e na dinâmica do território. Em conclusão, foi ressaltada a necessidade de práticas alinhadas à dinâmica e realidades das comunidades atingidas, voltadas para a potencialidade dos cuidados construídos no território e em interlocução com o direito à saúde e cidadania.
 Palavras-chave: Saúde Mental. Atenção Psicossocial. Desastres. Atenção Primária à Saúde.