Este ensaio propõe-se a problematizar a prática da amizade por Michel Foucault como peça de resistência ao modo de vida neoliberal. Para tanto, o texto organiza-se a partir das discussões produzidas por Foucault sobre a amizade como um modo de vida e um exercício político de resistência a um poder governamental, e as discussões sobre o neoliberalismo em Nascimento da biopolítica. Por conseguinte, busca, com o auxílio de comentadores da obra de Foucault, primeiramente, apresentar o neoliberalismo e seu prazer-mor: a concorrência. Na sequência, apresentar a noção de amizade para Foucault dentro do quadro do cuidado de si e do epicurismo, para na continuação, discorrer sobre a amizade como uma prática política e, como tal, um exercício de resistência ao neoliberalismo, como uma prática ontológica sobre nós mesmos, contrapondo-se ao empresariamento de si e a concorrência, e nossas considerações finais, acentuando as invenções e arte de existência que a amizade oportuniza.