A condição do refugiado tem se tornado algo a mais que um mero fato político pontual de nossa modernidade. A figura do refugiado, em suas múltiplas versões, carrega em si o estigma de ser reconhecido como humano, porém negando-lhe a cidadania. A condição do refugiado, que não cessa de crescer ao longo do mundo, desvela os limites do Estado-nação e suas instituições incapazes de reconhecer a igualdade real de direitos a todos os seres humanos. A obra de Giorgio Agamben oferece um instrumental conceitual para pensarmos criticamente a condição do refugiado e os limites do Estado-nação. Os novos muros que não cessam de construir-se por todo mundo, são reflexo da incapacidade jurídico política do Estado-nação para responder aos novos desafios políticos de uma humanidade nômade. O refugiado opera no presente como uma espécie de vanguarda do povo, que nos instiga a pensar as categorias para uma nova política que não exclua através da cisão da vida humana.