Ultimamente tem sido contundente a crítica sobre o conceito de domesticação tal qual forjado pela Grande Narrativa com base na história do Oriente Próximo, que o associa ao domínio da Natureza pelo homem, ao sedentarismo, à criação de excedente, ao progresso e à origem do Estado. Por sua vez, no contexto da Amazônia antrópica, o conceito ganhou matizes particulares, tendo sido ampliado e dissociado da noção de agricultura e sedentarismo. Este trabalho tem um duplo objetivo: aproximar ou fazer cruzar as linhas narrativas destes dois fluxos do debate e tentar mostrar outras práticas ou tipos da relação entre humanos e plantas que estão fora do alcance da domesticação.