Este artigo tem como objetivo discutir a relação entre corpo e festa, utilizando os estudos de Mikhail Bakhtin como principal contribuição teórica. Enquanto o corpo, em suas relações dialógicas com o outro, sobrevive procurando possibilidades de existir e resistir ao caos, a festa aparece vestida com as cores do arco-íris e irremediavelmente apaixonada por seus deuses. Embora as discussões centrais deste artigo estejam localizadas no contexto histórico da Idade Média, suas reverberações contribuem, hoje, para a compreensão dos fenômenos da linguagem relacionados ao corpo e à festa, que mesmo na véspera da segunda década do século 21, são obrigados a usar uma coroa de espinhos e dançar ao som das trombetas do Apocalipse.