Os conteúdos da consciência estão em um fluxo perpétuo, mas em que consiste esse fluxo e por que representa um problema? O texto a seguir procura responder a essa pergunta, reconstruindo os argumentos que John Dewey e William James, por sua vez, oferecem para explicar a natureza do fluxo da consciência e da vida subjetiva. Assim, na primeira parte do texto, apresentamos a tese geral do naturalismo. Na segunda, discutimos em detalhe a definição que Dewey faz sobre a noção de experiência, em relação aos conceitos de cumprimento [fulfillment] e intenção consciente [conscius intent]. Em seguida, complementaremos com a discussão de duas das cinco características com as quais William James explica, em seus Principles of psychology, a maneira pela qual o pensamento ocorre, a saber: que o pensamento está sempre mudando e, além disso, é sensivelmente contínuo. Finalmente, na última parte, voltamos novamente à exposição do problema do fluxo da consciência, mas à luz de alguns conceitos fenomenológicos como hýle antecipação e retenção. Talvez com isso tenhamos a base necessária para no futuro mostrar como a fenomenologia intencional de Edmund Husserl tenta explicar, à sua maneira, o problema do fluxo da consciência, mas insatisfatoriamente.