Este trabalho foi realizado com objetivo de quantificar a carcinofauna acompanhante por estação do ano, período do dia e faixa de profundidade na pesca industrial do camarão-rosa na Plataforma Continental Amazônica. O estudo foi realizado a partir de 152 registros de operações de pesca ou arrastos de fundo, sendo 72 na época de chuva (dezembro a maio) e 80 na época de seca (junho a novembro), com duração média de 3,5 ± 1,5 horas, totalizando 532 horas de arrasto, nos meses de julho e setembro de 2010 e março e abril de 2011, entre os estados do Pará e Amapá. Inicialmente a fauna acompanhante foi classificada em cinco grupos: peixes, camarão-rosa, crustáceos, moluscos e outros. Em seguida, foi realizada a triagem das comunidades de crustáceos: caranguejos, portunídeos, camarões, lagostas e estomatópodes, onde cada grupo foi quantificado em peso e número de exemplares. Das amostras coletadas no período do estudo, obteve-se uma relação camarão-rosa/fauna acompanhante na época de chuva de 1:3, e na época de seca de 1:30. A carcinofauna diferiu significativamente entre época do ano e entre faixa de profundidade, mas não entre o período do dia. A relação entre o volume (kg) de camarão-rosa capturado e carcinofauna oscilou muito, com o valor médio de 1:1. Nas pescarias industriais de camarão-rosa na costa norte do Brasil a relação camarão/carcinofauna acompanhante é influenciada pela estação do ano e faixa de profundidade, sendo menos danosa a essa biodiversidade no primeiro semestre de cada ano.