Este texto tem o objetivo de mapear e articular as principais passagens historiográficas e reflexões teóricas em que Antonio Gramsci trata da violência política principalmente em seus Cadernos do Cárcere (1929-1935), mas também com atenção a seus escritos pré-carcerários. A hipótese desenvolvida é de que tais passagens, reunidas e articuladas teoricamente, servem para demonstrar a existência de um método gramsciano para analisar o tema. A análise teórica dos textos de Gramsci, localizados em seu contexto histórico, conduz-nos, pela pena do próprio Gramsci, à análise da prática do “arditismo popular” como organização política de grupos subalternos de importante valor para discutir as formas possíveis de luta por fora da institucionalidade vigente, bem como à discussão da relevância desses tipos de luta para a emancipação social e para o desenvolvimento autônomo de tais grupos.