espanolEn este articulo se discute una de las bases que sostienen el trafico de animales silvestres: la idea de que esos seres bellos y raros son como adornos, joyas y piedras preciosas. Esta comparacion parece sostenida por un «habito cultural» que explica los movimientos ilegales de la fauna: la nocion de que los animales adornan casas y patios. En este sentido, esos seres, sacados de la naturaleza, funcionan como avatares de otros materiales valiosos, en una compleja interrelacion entre vida y muerte, organico e inorganico que, pienso, esta en la base de la circulacion de animales por todo el globo. Quiero argumentar que la idea del animal como joya o adorno no constituye una simple metafora, lo cual se puede observar en los efectos materiales de tales existencias no humanas: sus cuerpos son una forma de riqueza en la que se mezclan lo organico y lo metalico. Aqui analizo algunos aspectos de esta construccion material y simbolico-conceptual especifica del animal, especialmente en lo que se refiere a su circulacion por redes comerciales. EnglishThis article discusses one of the foundations behind the so-called wildlife trafficking: the idea that these beings, because of their beauty and rarity, are like ornaments, jewels and precious stones. This comparison seems to be supported by one of the “cultural habits” that would explain the illegal circulation of fauna: the notion that animals adorn houses and backyards. In this sense, these beings, taken from nature, function as living avatars of other valuable materials, in a complex interrelationship between life and death, organic and inorganic which I think structure wildlife movements across the globe. I want to argue that the idea of the animal as jewelry or adornment is not a mere metaphor, which can be seen by its very material effects on these nonhuman existences: their bodies are a form of wealth in which organic and metallic are confused. Here I address some aspects of this particular way to construct materially and conceptually the animal, especially with regard to their circulation through commercial networks. portuguesEste artigo discute uma das bases que sustentam o trafico de animais silvestres: a ideia de que esses seres, belos e raros, sao como ornamentos, joias e pedras preciosas. Esta comparacao parece sustentada por um dos “habitos culturais” que explicariam a movimentacao ilegal de fauna: a nocao de que os animais enfeitam casas e quintais. Nesse sentido, esses seres, extraidos da natureza, funcionam como avatares vivos de outros materiais valiosos em uma complexa inter-relacao entre vida e morte, orgânico e inorgânico que, penso, esta na base da circulacao de animais por todo o globo. Pretendo argumentar que a ideia do animal como joia ou adorno no constitui mera metafora, o que se pode observar por seus efeitos muito materiais nessas existencias nao humanas: seus corpos constituem formas de riqueza em que orgânico e metalico se confundem. Aqui analiso alguns aspectos dessa especifica construcao material e simbolico-conceitual do animal, especialmente na sua circulacao por redes comerciais.