Ao longo do tempo, a busca pela educação formal constituiu-se uma das agendas de luta para os mais distanciados das esferas econômicas privilegiadas. Criticada por muitos, a educação formal representava, e ainda representa, uma oportunidade de ascensão social para essas pessoas. Corpos pretos, homossexuais, nordestinos, de mulheres, dentre outros, buscavam a escola (pública) com o propósito de vencer a pobreza e preencher de sentidos a vida. No entanto, como adversário desses projetos de transformação de uma realidade muitas vezes sofrida, o trabalho infantil, calcado em uma lógica colonial, fez ruir muitos dos sonhos desses sujeitos. No decorrer dos anos, o Trabalho Infantil (TI) e o Trabalho Infantil Doméstico (TID) têm-se apresentado como um dos principais fatores a contribuir para a repetência, a evasão e o abandono escolar, e suas consequências biopsicossociais para os milhões de sujeitos trabalhadores dos campos e das cidades do Brasil Profundo têm sido extremamente nefastas. Neste ensaio, objetivamos discutir a problemática do trabalho infantil em perspectiva socioeconômica,
 histórica e cultural. Pretendemos pôr em diálogo tal temática com as contribuições de autores/as preocupados/as com a superação das desigualdades.