Ao analisar 1 Cor 1,26-31, este artigo procura destacar a força retórica do argumento paulino que afirma que a maior parte das pessoas a quem Deus chamou para formar a comunidade cristã em Corinto não são “sábios”, “poderosos” e “de família prestigiosa”, mas “as coisas loucas”, “as coisas fracas”, “as coisas desprezíveis” e “as coisas que nada são”. Deus, ao revelar a sua sabedoria e poder na cruz de Cristo, escolhe a fraqueza e loucura do mundo, destruindo os fundamentos do orgulho humano. O artigo demonstra também que as declarações de Paulo não podem ser desvinculadas do discurso de honra próprio da cultura grecoromana, a qual estava associada a poder, gênero e lugar social. Além da riqueza, associada às pessoas de status social elevado, havia uma hierarquia de valores que incluía linhagem familiar, conexões com Roma e sofisticação cultural.