Este artigo analisa o conto “Um trabalho estranho” (kimyō na shigoto 奇妙な仕事) de Kenzaburō Ōe (大江健三郎), publicado em 1957, no qual o autor realiza uma crítica à juventude pós-guerra japonesa. Ōe presenciou a Segunda Guerra Mundial, a subsequente derrota japonesa e o período de ocupação norte-americana no país. Sua infância e juventude foram marcadas pelo choque entre os valores tradicionais japoneses e os ideais ocidentais. A discussão de diversos trechos da referida obra demonstra que o autor utiliza-se dos personagens e da narrativa do conto para censurar a letargia, ausência de comprometimento com questões político-sociais e falta de aspirações futuras por parte de sua própria geração.