Este artigo é fruto de uma pesquisa etnográfica sobre a prática social dos músicos de rua em duas cidades cosmopolitas e turísticas: Rio de Janeiro e Barcelona. Seu objetivo é compreender suas "artes de fazer" (De Certeau, 2014) de músicos de rua, vislumbrando possibilidades táticas de sobrevivência e possíveis resistências desses artistas contra a ordem social vigente. A pesquisa de campo evidenciou que os músicos de rua, ao se apropriarem dos espaços públicos, promovem uma relação econômica de troca e caminham nos interstícios entre o legal e o transgressivo, entre o sensível e o rentável. A dimensão alcançada por essa prática social ultrapassa a simples possibilidade de se sustentar e galga o sonho da realização pessoal, que é conquistada em sua liberdade de expressão artística.