Este artigo trata da aproximação dos planos de realidade e fantasia especialmente no conto “Felicidade Clandestina” publicado no livro com o mesmo título, em que os dois segmentos passam a disputar o mesmo espaço. A realidade de uma mulher adulta que resgata fantasias da infância num curso de tempo em que, como personagem, fora submetida a imprevisíveis jogos, tratada com ludíbrio, chegando a situações consternadoras, numa passividade que, por vezes, lembra uma presa acuada. No entanto, a mesma protagonista antes submetida à astúcia da colega de escola, agora na posição de narradora, exerce pleno controle sobre o leitor. Passa de personagem à construtora do texto, jogando com os sentidos daquele que está imerso na história fictícia.