O câncer de colo uterino representa um problema de saúde pública em nível mundial, estando em grande parte dos casos relacionado com a infecção pelo papiloma vírus humano. O exame de Papanicolau é ainda o principal instrumento para o rastreamento das lesões precursoras. Contudo no Brasil, tal meio diagnóstico-preventivo é preconizado apenas para mulheres na faixa etária entre os 25 e 64 anos. Desse modo, este trabalho teve por objetivo prover uma revisão/atualização crítica da evolução e princípios do sistema de saúde público brasileiro diante da situação atual da prevenção do câncer de colo uterino em mulheres jovens e adolescentes. Ressalta-se que os problemas de saúde do Brasil passaram do período colonial, marcado pelas doenças pestilenciais, para a atualidade com a emergência de doenças crônicas a exemplo dos cânceres. Além disso, a literatura científica reporta taxas preocupantes para a ocorrência de alterações citopatológicas cérvico-vaginais em mulheres jovens e adolescentes no país defronte a diversos agravos neste contexto. Assim sendo, a gestão da saúde no Brasil necessita de amplos ajustes visando principalmente a inserção de mulheres e adolescentes de 10 a 24 anos nos programas de diagnóstico precoce do câncer de colo uterino.