Introdução: uma revisão teórica alargada em diversas áreas do saber fez antever a possibilidade de a música poder constituir um dispositivo privilegiado para a compreensão do desenvolvimento de estruturas psicológicas humanas e um motor propulsionador de mudanças. Objetivo: essa possibilidade permitiu configurar o seguinte objeto de estudo: compreender de que forma a música, enquanto arte, poderá possuir elementos potenciadores do desenvolvimento psicológico e emocional.Método: assim, desenhou-se um estudo que assumiu uma metodologia quantitativa a fim de avaliar o impacto da formação musical em três processos psicológicos: o processamento empático, a capacidade de diferenciação e a regulação emocional. Administraram-se três instrumentos a uma amostra de 237 sujeitos: o Índice de Reatividade Interpessoal, a Escala de Avaliação do Repertório e da Capacidade de Diferenciação Emocional, e o Questionário de Regulação Emocional.Resultados: embora não se tenham verificado diferenças significativas entre ouvintes e performers, o presente estudo permitiu uma compreensão aprofundada sobre a forma como: o género pode determinar o processamento empático e o uso de estratégias adaptativas de regulação emocional; a progressão académica pode influenciar a forma de interpretar e agir sobre o meio envolvente.Conclusão: o envolvimento com a música, seja de que forma for, pode ser, por si só, suficiente para a promoção de determinados processos psicológicos.