Com base em estudos voltados para práticas sociais, configuradas em práticas discursivas concernentes ao policiamento de formas de atividades humanas com relação ao meio ambiente, o artigo tem como objetivo traçar um paralelo entre o discurso do ecologismo, movimento surgido como reação ao crescimento econômico, e o que se pode caracterizar como discurso da ecologia humana. Trata-se de um percurso comparativo, balizado por uma triangulação teórica que tem em seu vértice principal a Análise de Discurso Crítica (ADC), na vertente de Norman Fairclough (2001, 2003), ladeado pelo enfoque da etnografia crítica, nos moldes de Jim Thomas (1993), e pelo estudo das relações entre a língua e o meio ambiente, configurado na Ecolinguística, corrente desenvolvida no Brasil por Hildo Couto (2007). Ancorada nessa tríade, busco discutir a temática das questões ecológicas a partir dos significados representacionais do discurso, atrelados à transitividade da linguagem proposta por Halliday (1994). O enfoque analítico da discussão é permeado por um modelo teórico (‘mandala da experiência’) que envolve desde o mundo interior das relações abstratas (ser), passando pelo mundo físico (ações materiais) das práticas sociais (convivência, mudanças no âmbito da coletividade) até chegar ao mundo da consciência (necessidade de preservação da vida, o que inclui o entorno). Os primeiros resultados alcançados significam uma contribuição na medida em que o que for apresentado, mais que reflexão, servir para incentivar práticas discursivas transformadoras em termos de benefício(s) para uma nova ordem social.