Em O Balanced Scorecard e a Gestao do Capital Intelectual, Jose Francisco Rezende destaca papel do Balanced Scorecard e do Intangible Assets Monitor como mecanismos de apoio a processos de transformacao organizacional e estabelece uma boa sintonia entre a teoria que da suporte aos multiple integrated performance measurement systems - MIPMS (Sistematicas multiplas e integradas de mensuracao da performance) e aos casos de sucesso em que ocorreram rupturas significativas da trajetoria estrategica, ajudando na redefinicao do negocio, no estabelecimento de um novo sistema de valor envolvendo novos parceiros, na melhoria dos processos e na definicao de indicadores e medidores de desempenho e competitividade mais flexiveis e significativos.O Balanced Scorecard (BSC), desenvolvido por Robert Kaplan e David Norton, e um modelo de gestao da performance que leva em consideracao a necessidade das organizacoes atenderem a um conjunto amplo de interesses e expectativas que vai alem do desempenho economico-financeiro.Ate os anos 90, os sistemas tradicionais de coordenacao, mensuracao e controle frequentemente nao permitiam ver com clareza alinhamento entre a estrategia e as acoes para sua implementacao e pouca importância dedicavam aos ativos intangiveis, fonte de criacao de valor.Apos cerca de dez anos de sua apresentacao a comunidade academica e gerencial, o Balanced Scorecard e utilizado ou estudado por mais de 60% das empresas presentes na lista Fortune 1000. Dentre as que empregam, a maioria apresenta altos indices de satisfacao em relacao as melhorias alcancadas, principalmente no tocante a comunicacao dos temas estrategicos para aos colaboradores de uma organizacao.O Intangible Assets Monitor (IAM), proposto por Karl-Erik Sveiby, para dar maior visibilidade aos ativos intangiveis - principais vetores da performance das organizacoes baseadas no conhecimento - indica que as organizacoes precisam oferecer aos stakeholders valor economico, e principalmente, valores para desenvolvimento da sociedade.O texto de Rezende apresenta os cases do Banco do Brasil e da Skandia para ilustrar as aplicacoes e comparar os padroes de implementacao adotados. No primeiro, sao listadas premissas, argumentos e instrumentos adotados, desde a concepcao ate a efetiva aplicacao do BSC; no case Skandia, sao apresentados multiplos paineis e indicadores utilizados na empresa.Os dois estudos denotam potencial de implementacao do BSC e do IAM para proporcionar e acompanhar os saltos qualitativos desejados e mostram que BSC e IAM sao aplicaveis desde os niveis corporativos ate os postos de trabalho, cuja associacao de indicadores permite maior sintonia entre desempenho e remuneracao variavel. A possibilidade de ponderar metricas e indicadores de performance por area e por cargo resulta num instrumento menos subjetivo, uma vez que utiliza, indicadores de sucesso do negocio para sinalizar niveis de desempenho e competitividade.Para as organizacoes em que a gestao da performance e centro das decisoes sobre recursos humanos e formacao de parcerias, BSC e IAM revelam a importância da existencia de uma estrategia compartilhada na operacionalizacao uma cadeia de valor.Alem disso, tornam-se a base para acoes de endomarketing e de promocao, gerando inputs para a contratacao e remanejamento de colaboradores, uma vez que um bom placar de performance profissional indica quem esta pronto para novos desafios, ser recompensado, quem precisa de aperfeicoamento ou nao esta alinhado com os propositos organizacionais. Integrado ao enfoque de gestao por competencias, BSC e IAM revelam as lacunas que as organizacoes precisam preencher para garantir sucesso e prosperidade.O estagio organizacional das empresas estudadas permite antever solucoes ligadas as ferramentas MIPMS, envolvendo modelagens que vao desde a definicao de mapas e indicadores, ate emprego de sistemas de analise multi-criterio.Da discussao promovida por Rezende, emerge conceito de Gestao Balanceada da Performance aplicavel a diversos setores da economia, em diferentes niveis e contextos organizacionais.A linguagem do livro possibilita academicos e praticantes aproveitarem uma sintese da teoria e as licoes aprendidas por Banco do Brasil e Skandia, e concluirem por si mesmos sobre a validade pratica do BSC e do IAM. Rezende nao oferece receitas, que deixa claro na apresentacao da obra: o texto volta-se mais para fazer gerencia do que para fazer ciencia.