Neste artigo busco entender como se dava o trabalho dos tripulantes de navios que faziam a ligação entre Corumbá, cidade da fronteira oeste do Brasil, no estado do Mato Grosso, e o porto de Buenos Aires (Argentina), passando por Assunção (Paraguai) e Montevidéu (Uruguai). Optando pela narrativa histórica, minha pretensão é apresentar a singularidade do mundo do trabalho marítimo, destacando os seguintes aspectos: a diversidade étnica presente no espaço limitado do navio; a interação dos trabalhadores com a hierarquia de mando e obediência; os conflitos a bordo e as formas de solução; o alcance que as leis da terra tinham nesse mundo; por fim, o ritmo do trabalho ditado pelo ritmo da máquina.